Durou pouco mais de 3h o depoimento do presidente do Corinthians, Augusto Melo, no Departamento de Polícia de Proteção a Cidadania e da terceira delegacia, especializada em lavagem de dinheiro, que tem em andamento um inquérito para investigar o contrato do clube com sua ex-patrocinadora máster, a casa de apostas VaideBet.
A investigação teve início a partir das suspeitas levantadas a partir do pagamento da comissão de R$ 25,2 milhões para Alex Fernando André, o Alex Cassundé, que teria sido o intermediário do acordo, encerrado em junho do ano passado.
Ouvido na condição de investigado, Melo foi uma das últimas pessoas convocadas pela polícia, que deve encerrar o inquérito até a primeira semana de maio, quando serão anunciados os nomes das pessoas que serão indiciadas.
Melo chegou ao DPPC nesta quarta-feira (16) por volta das 14h, cerca de uma hora antes do previsto. Ele estava acompanhado de seu advogado, Augusto Cury, da assessoria do clube, e de seguranças.
Na saída do local, ele tentou transmitir tranquilidade sobre seu depoimento. Disse que teve uma conversa “muito cordial” e que sua “verdade é uma só”.
Questionado sobre a participação de Cassundé na negociaçãos com a VaideBet, o cartola foi interrompido por seu advogado. O defensor argumentou que orientou seu cliente a manter sigilo sobre partes técnicas do inquérito.
O mandatário, porém, voltou a afirmar que seu contato com o intermediário “só foi lá no começo e depois o jurídico [do clube] cuidou de tudo”. Segundo ele, “tudo está documentado”.
Antes de seu cliente encerrar a breve entrevista, o advogado de Augusto Melo comentou sobre o fato de o presidente do Corinthians só atender aos questionamentos das autoridades na reta final do inquérito em vez de ser chamado para contribuir desde o início da investigação.
“Quem define o ritmo, o prosseguimento, é a polícia. Não temos como atropelar os ritos”, argumentou Cury,